Deu a cada um de nós nosso próprio caminho a seguir e nada pode interferir com ele. Então, não apenas não podemos permitir qualquer interferência, mas, e o que é até mais importante, não podemos de maneira nenhuma interferir na vida de qualquer outro ser humano. Nisso repousa a verdadeira saúde, o verdadeiro serviço e a realização de nosso propósito na Terra.

Ao permitirmos a interferência de outras pessoas, deixamos de ouvir os ditames de nossa alma e isso traz desarmonia e doença. No momento em que o pensamento de outra pessoa penetra em nossas mentes, nos desviamos de nosso verdadeiro caminho.

Interferências ocorrem em todas as vidas; fazem parte do Plano Divino. São necessárias para que possamos aprender a enfrentá-las. De fato, podemos encará-las como oponentes realmente úteis, ali presentes para nos ajudar a ganhar forças e compreender nossa Divindade e invencibilidade. Podemos também compreender que é apenas quando permitimos que elas nos afetem, é que elas se tornam importantes e tendem a impedir o nosso progresso.

Está inteiramente em nossas mãos a velocidade desse progresso: seja permitindo interferência em nossa missão Divina, seja aceitando a manifestação da interferência (chamada doença), permitindo que ela limite e prejudique nossos corpos, ou podemos, como filhos de Deus, usar isso para nos firmarmos ainda mais em nosso propósito.

Quanto mais dificuldades surgirem em nossos caminhos, mais podemos estar certos de que a nossa missão vale a pena. Florence Nightingale alcançou o seu ideal frente à oposição de toda a nação; Galileu acreditava que a Terra era redonda, apesar de todo mundo dizer que não é o patinho feio transformou-se num cisne, apesar do desprezo de toda a sua família.

Não temos nenhum direito de interferir na vida de nenhum dos filhos de Deus. Cada um de nós tem seu próprio trabalho a realizar e somente nós temos o poder e o conhecimento para aperfeiçoá-lo. Somente quando nos esquecemos deste fato e tentamos e forçamos nosso trabalho aos outros ou permitimos que estes interfiram com o nosso é que o atrito e a desarmonia ocorrem em nosso ser.

Essa desarmonia, a doença, se manifesta no corpo, pois este simplesmente serve para refletir os trabalhos da alma, exatamente como o rosto reflete a felicidade através do sorriso ou o mau humor através da expressão carrancuda. O mesmo se dá com coisas maiores: o corpo refletirá as verdadeiras causas da doença (que são o medo, a indecisão, a dúvida etc.) no desarranjo de seus sistemas e tecidos.

Portanto a doença é o resultado da interferência: interferência na vida de alguém ou interferência em nossa vida.

Trecho do Livro “Original Writings” – Dr. Edward Bach